sexta-feira, 28 de junho de 2013

Aprendizagem centrada no aluno

Oi gente!! No post de hoje quero conversar com vocês sobre um método de aprendizagem adotado e desenvolvido pelo psicólogo norte-americano Carl Rogers. Considerado um dos percursores da psicologia humanista, Carl questionava o sistema educacional tradicional, as aulas expositivas e como o foco era sempre no professor. Acreditava que "o homem educado é o homem que aprendeu a aprender (ROGERS, 1986: 126), e que dentro do sistema educativo como um todo, deverá implementar-se um clima propício ao crescimento pessoal do aluno (ROGERS, 1986: 244)" (CAPELO, 2010: 2).

Rogers começou seu trabalho elaborando a teoria central de seu pensamento, batizado por ele como "Aprendizagem Centrada na Pessoa" (ACP). Existem três pontos fundamentais para se compreender os princípios da aprendizagem Centrada no Pessoa, são eles: 1) A ACP segue uma concepção do homem baseada na psicologia humanista; 2) possui uma visão fenomenológica que enfoca a experiência subjetiva da pessoa e 3) é uma forma de compreender a relação entre pessoas.

Da ACP, Rogers desenvolveu dois ramos: a Terapia Centrada no Cliente e a Aprendizagem Centrada no Aluno. Aquela foi pioneira no campo psicoterapêutico, na qual a relação do terapeuta e do paciente segue um caráter de valorização da pessoa humana. A Aprendizagem Centrada no Aluno foi um projeto grandioso, que foi adotado por algumas universidades (inclusive a minha, a UnB) a fim de facilitar o processo de aprendizagem.

O método da Aprendizagem Centrada no Aluno é inovador no sentido de que o enfoque de toda a estrutura educacional antes se firmava no professor e agora, o aluno subia nos holofotes. O professor passa a ser um facilitador, o conteúdo é beeem fragmentado em vários módulos e o aluno realiza as provas quando se sente preparado, e não quando o professor manda. A UnB adotou por quase 15 anos o método de Aprendizagem Centrada no Aluno, vou explicar um pouco como funcionava isso.

Cada disciplina possuía uma apostila com todo o conteúdo dividido em módulos. Não haviam aulas expositivas, o aluno estudava e, caso tivesse dúvidas ia conversar com os monitores. Quando terminava um módulo e se sentia preparado para passar para o próximo, o aluno marcava a prova. Se passasse, seguia para o próximo módulo; caso reprovasse o aluno tinha duas opções: ou estudava mais, marcava a prova novamente e tentava passar, ou ele ia para uma entrevista com o monitor e tentava terminar a prova ali com ele.

Durante o processo de implantação da Aprendizagem Centrada no Aluno, vários fatores foram levados em consideração e pesquisas estatísticas eram realizadas todo fim de semestre para avaliar quantas pessoas passavam, reprovavam, avaliavam positiva ou negativamente o método. O estudante tinha a opção de pegar a disciplina em turmas que seguiam o método padrão, com professores e aulas expositivas.

Mas por que acabou? Sim, essa foi minha dúvida também! O método de Rogers previa para cada 10 a 15 alunos um monitor (todos com bolsa). Dessa forma, cada turma possuia em média uns 30 monitores. O Brasil nesta época vivia um período intenso, com muitas reivindicações e protestos por causa do regime militar, os monitores entraram de greve, depois se demitiram e assim, pouco a pouco o sistema educacional alternativo foi caíndo (porque, como vocês viram, os monitores eram parte essencial para que a aprendizagem centrada no aluno funcionasse).

O sistema educacional proposto por Rogers entrou em vigor em 1963 e acabou por volta de 1977. Eu entrei na UnB em 2011, o que é uma pena pois eu gostaria muito de ter estudado pelo modelo de aprendizagem centrada no aluno! Acredito que seria bem proveitoso! E vocês? Gostaram desse modelo ou preferem o tradicional? Alguém aí foi aluno da UnB nesta época? Comente! :)

Eu usei essa bbliografia (além das aulas sobre o tema):
Capelo, F.M. (2010) Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuição para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl RogersRevista de Estudos Rogerianos, A Pessoa como Centro, no. 5.

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