sábado, 13 de abril de 2013

Além dos sentidos!

É um árduo mundo para aqueles que não têm as ferramentas necessárias para enfrentá-lo. O nosso maior mecanismo, o corpo, pode ser dúbio, mal interpretado, deficiente ou falho. Os cinco sentidos combinados (e até mesmo quem sabe um sexto) nos ajudam a formar as percepções do mundo; mas e aqueles em que um dos sentidos é deficiente? Ou até mesmo naqueles em que, momentaneamente, o sentido falha, engana? Não é pouco poder confiar apenas no corpo?

Em um artigo da New Scientist, o jornalista Mark Shrope expõe a descoberta dos psicólogos Frank Geldard e Carl Sherrick que, ao tentar descobrir como as sensações táteis da pele eram interpretadas pelo cérebro, usando uma série de vibradores conectados a um gerador de sinais, acabaram descobrindo um fenômeno que se assemelhava a ilusão de ótica, mas no âmbito da pele, do tato.

Esta ilusão ficou conhecida como "coelho cutâneo" e serviu de inspiração para outros estudos do tato. Ao perceber a relação direta entre a pele e o cérebro, e como o toque é extremante estimulante e faz com que o cérebro responda rapidamente, o psicólogo Roger Cholewiack se especializou na elaboração de um macacão tátil, no qual os vibradores, posteriormente evoluídos para tatores pneumáticos, emitiriam estímulos na pele fazendo com que o corpo respondesse instintivamente.

Estes tatores pneumáticos possuem mil e uma utilidades. Ajudar pilotos, condutores ou motoristas desorientados, por exemplo:
"quando o helicóptero se inclina para frente, fortes vibrações na frente do traje praticamente forçam o piloto a corrigir a posição. Derivar para um lado causa vibração na lateral do macacão. (...) A resposta instintiva a cada um desses estímulos é a correta: a reação automática é a de corrigir movimentos involuntários." (SHROPE, 2001)
 Outra possibilidade de uso dos tatores (e mais incrível ainda, na minha opinião) seria a de permitir que surdos possam sentir a música. A vibração dos tatores criaria uma ilusão de tato, na qual a música se tornaria algo palpável, e assim, eles poderiam literalmente sentir a música!

Ainda pensando nos tatores como garantia de acessibilidade, deficientes visuais se beneficiariam colocando os sensores em uma bengala ou na roupa, dando-lhes maior noção espacial e orientação.

Resumindo, os tatores pneumáticos podem oferecer uma melhoria na qualidade de vida de todo mundo! Sem exceção!! Com seu uso cotidiano, o benefício seria geral!!

Quem quiser ler a matéria do Mark Shrope pode acessar este link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1706200101.htm




Nenhum comentário:

Postar um comentário